domingo, 18 de dezembro de 2011

Larissa Sayuri

"A tristeza é uma casa em que ninguém pode proteger você. Em que uma amiga vai envelhecer, e a outra não."  - O céu está em todo lugar.


Ela não vai mais procurar uma música pra ouvir no celular. Ela nunca mais vai se arrumar pra ir pra escola. Ela não vai saber o final do livro que estava lendo. Não vai mais brigar com o namorado. Não vai mais passar aquele batom roxo. Não vai mais amarrar o seu all star de florzinhas. 
Ela não vai mais comer o peru no natal. Não vai gritar: "Feliz 2012!". Não vai se formar. O nome dela não vai mais estar na lista do enem. Ela não vai me contar como foi a sua primeira vez.  Ela não vai começar a morar sozinha. Ela não vai casar. E ela não vai decidir o nome dos seus filhos.


Ficam me dizendo: "ela tinha a missão dela na Terra, que já foi cumprida." Mas por que tão cedo? Ela era a pessoa mais pura e verdadeira que eu conhecia. Com o seu jeito quietinho, de viver rindo das minhas piadas idiotas. Seu jeito inteligente, de sempre ser a melhor da classe. Seu jeito meigo, de estar apaixonada. Seu jeito menina, de ser a filha mais bondosa do mundo. Do seu jeito amiga, de estar ao meu lado, contar seus segredos, ouvir os meus, falar bobagem, brincar, rir, chorar... Por que a missão dela tinha que ser tão curta?
Por que Deus leva mais cedo os anjos em Terra?


Eu não quero esquecer a sua voz. Não quero esquecer do seu sorriso. Não quero esquecer do jeito que você encarava o mundo. Me perdoe por não ter sido uma boa amiga, por não ter ido te visitar todas as semanas em que você precisou de mim. Me perdoe por não ter ideia do que estava acontecendo, e por não ter te ajudado a descobrir. Me perdoe amiga, eu queria ter mais tempo pra ter feito te sorrir mais.
Não tenho ideia em como serão meus próximos anos sem você. Mas toda vez que o relógio marcar horários iguais, eu estarei pensando em você. Como agora. 07:07.


Deus enviou um anjo na minha vida. O problema é que ele também o tirou. E isso dói.
Eu nunca vou esquecer a minha japinha. A minha Sayuri. Que no meu coração, vai sempre estar sorrindo.
Eu te amo pra sempre Lari.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

M - Parte 1

  - Desculpa... Eu só estou cansada. Mas pode apostar que uma hora isso passa. Do nada as desculpas irão evaporar feito água do mar, e aí só vai restar o sal. Enquanto isso me deixa sozinha, eu sei muito bem me virar com os meus problemas emocionais. Querendo ou não já estou crescidinha o bastante para aguentar as consequências dos meus problemas. E não me olha assim porra! Eu não vou voltar a fumar, e nem vou tentar suicídio ou coisa assim. Confia em mim... Eu vou tentar ser uma pessoa melhor, juro. Mas eu preciso de um tempo cara, preciso descansar as pernas, comer muita porcaria, e passar alguns dias sem ver a luz do sol. Quando for seguro, eu volto. Porque nesse instante eu me sinto um saco de batatas, capaz de cair com apenas um chute. Agora, vai embora. Mas não me deixe, nunca pense que minha intenção é te afastar, não... A intenção é me afastar de mim mesma. De um alguém que não existe... Você não vai dizer nada? Vai ficar aí parado me julgando com essa sua cara irônica? Fala alguma coisa!


- Olha, eu só tenho uma coisa para te falar: As pessoas não são seus fantoches, elas sentem, e vem e vão quando querem. Você não pode controlar tudo Mônica. Você não pode fazer a merda, e depois pedir desculpa e dizer que quer ficar sozinha. Você não é a vítima. E espero que você entenda isso antes de perder quem ainda te ama. Porque no seu teatro eu não caio mais.

domingo, 20 de novembro de 2011

A vida não é justa

O céu estava cinza e ventava. Ainda não eram nem 7 horas da manhã de um domingo frio, e lá estava eu, descendo as escadas com um saquinho de super mercado na mão. Sozinha. Tudo vazio. Só os prédios, as árvores, a grama, as escadas e a terra. A terra. Era exatamente isso em que eu estava a procura. Desço até uma parte mais reservada, e procuro um lugar que seja fácil de cavar. Olho para trás pra ver se não havia sido seguida, mas não, atrás de mim só havia o mundo acordando lentamente. Agacho, tiro a colher de alumínio da sacolinha, e começo a cavar. Uma terra avermelhada, com um cheiro que misturava mato e maconha. Cavo, cavo, cavo, até começar a ver algumas formigas. Paro. Chegou a hora. Na cabeça apenas um pensamento: "A vida não é justa". Tiro da sacolinha algo embrulhado em uma blusa minha que é linda, mas eu sempre achei que fica feia em mim, e que por algum motivo, no dia anterior eu decidi usar pela primeira vez. Aperto contra o peito e me despeço daquilo que estava embrulhado. Coloco no pequeno buraco que eu fiz, e começo a jogar terra em cima. Eu não podia simplesmente deixar ali, como se houvesse nada em baixo. Então pego dois pedacinhos de grama, e com isso faço uma cruz. Dor, agonia e lágrimas que teimavam em querer brotar no meu olho. Me levanto, e saio correndo sem olhar pra trás, sabendo que ali debaixo daquela terra avermelhada, continha uma quantia imensa do meu mais puro amor.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Teresa

Batem na porta, mas ela ainda finge estar dormindo. O som saindo do seu fone de ouvido está no máximo. Abrem a janela, ela cobre a cabeça com o edredom. Se pudesse, não sairia dali nunca. A canção toca como martelo, pregando água em seus olhos. O travesseiro úmido e salgado. Salgado. Era tudo salgado, cada camada de seu corpo era coberto de sal. Menos... menos seu coração. Esse ainda continha uma pureza, ainda não infectada. Mesmo assim, ela se contorce medo, muito medo. As lâmpadas queimam e ela sente medo. Precisava de afego. Precisava de um sorriso. Precisava de um amigo. Então abre os olhos e espera o sol ir embora, para então ter a certeza de que ela estava sozinha, mas que não era a única. Ela olha para a rua e vê as pessoas voltando de seus trabalhos, apressadas para jantar, assistir a novela das 9 e descansar seus pés. E então compreende que todas aquelas pessoas também precisavam de afego, de um sorriso e principalmente um amigo. Mas o estranho era que eles não pareciam se importar, do jeito que ela se importava. Confusa, ela vai para cama e umedece e salga o travesseiro de novo.
Ahh se ela soubesse que 5 anos depois, se tornaria um deles, que andaria pelas ruas ao anoitecer com seus pés cansados, pensando no que fazer para a janta. Se ela soubesse que ainda estaria sozinha. Se ela soubesse que quando acordasse ainda cobriria sua cabeça com o edredom e que seu coração cobriria-se de sal. Se ela soubesse que quando se escondesse no armário, ninguém iria procura-la. Ahh se ela soubesse... Ela nunca mais teria parado de fingir que estava dormindo.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Personagem de História em Quadrinhos

Posso ou não, ter marcado em meu peito tua ausência presente?
01:10 marcava o relógio, e o último maço de cigarro ia embora. Fazem anos deis de sua partida, e eu ainda parada na janela lembrando dos dias de chuva em que você me fazia um nescau com leite. E agora só me resta ficar emaranhada num café amargo, cheio de mágoas cristalizadas. Não pergunto mais "Por quê?",  nem falo mais "E se...", não, agora é pior. Me contorço em duas e me faço pensar que você está aqui. Que toda minha perseguição, teve finalmente seu lucro no final. Que agora quem treme por medo de ficar só, é você. Que eu te abraço e te falo "Eu não vou sair daqui, enquanto você respirar". Mas a verdade, é que você não respira, nunca respirou. Que mesmo em tua presença, o meu amor sempre foi entregado à uma singela ilusão, à um personagem de histórias em quadrinhos dentro da minha cabeça. Um super-herói que eu pintei e despintei com meus próprios dedos. E que na hora em que eu estava prestes a desabar, só por descobrir que eu não podia te tocar, você segurava minhas lágrimas e soprava uma brisa suave no meu rosto. Tenho que confessar que ainda sinto essa brisa, sinto as lágrimas presas, sinto a chuva, sinto às cinzas do cigarro caindo, sinto meus dedos calejados de tanto te desenhar, sinto a mágoa, sinto o gosto amargo do café. Mas não sinto você. Não sinto porque você não está aqui. Você nunca esteve.

domingo, 9 de outubro de 2011

Isso

Isso vai roer minhas unhas, e descascar o meu esmalte. Vai perder meu sono, vai se perder em meu sonho. Já não posso conter. Já me emaranhei em seus truques. Já me iludi por suas meias verdades. Isso vai me enlouquecer. Vai me deixar caída numa rua qualquer, perdida em meus próprios pulsos. Tum, tum, tum. Eu já ouço, o que havia se calado por tanto tempo. Isso vai me ensurdecer. Já sou uma escrava das suas palavras, o seu puro veneno benéfico. Isso irá derrubar os muros em minha volta. Ruínas, enormes ruínas dentro de mim. Isso está por todo lugar, porque na verdade, isso está dentro de mim. Isso é tão complicado. Isso é tão idiota. Isso é... isso é o que mesmo?

Karina Agnês

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A fé, a essência e a poesia.

Não vou reclamar de dor. Não vou reclamar de injustiça. Não vou reclamar dos outros. Não vou reclamar da vida. Só vou reclamar dessa noite sem luar pintada em vermelho, dessa luz que não para de piscar no meu quarto, do cara insuportável que estava assoviando e eu não podia pedir para ele parar, da porcaria do chuveiro que cisma em não esquentar justo nos dias mais frios de agosto, dos detalhes da parede que vivem caindo em cima de mim enquanto eu durmo, da minha insuportável mania de despertar de repente 10:10, e da minha mania de escrever as frases e achar que ficou tudo um lixo, e apagar tudo logo depois.

Infelizmente eu sou daquelas pessoas que sempre precisa de um motivo, um sinal ou um tapa na cara (literalmente ou figurativamente) para reagir e agir. Eu não consigo melhorar, se eu não fiquei mal por um dia. Eu não consigo dar valor, enquanto eu ainda possuo algo/alguém. Eu não consigo nem ao menos escrever, sem o maldito aperto no coração.
Não estou cansada, só estou perdida. Em busca de alguma coisa que eu nem ao menos posso descrever.
Minhas queridas palavras, acolham-me. Eu preciso de vocês para continuar a seguir em frente. Vocês são meus motivos.

A morte é uma droga. Ser acordada por ela no meio da madrugada, nem se fala. Mas eu juro que eu não vou reclamar desta vez. Eu passei a minha vida inteira reclamando de alguma coisa qualquer, mas hoje eu preciso lutar contra meu ego e dizer: Eu escolhi esse caminho. Agora tenho que aguentar as consequências.
É chegada a hora de encarar o quarto escuro, e mesmo assim conseguir dormir.

Eu não vou sequer editar esse texto. Não me importo se essas palavras transpiram uma certa magia, ou uma boa gramática. Eu não sou a personagem dramática, em que eu me pinto. Não sou complexa, e muito menos bipolar. A minha intensidade se escassa, e as minhas qualidades e defeitos não serão tão pré-julgados facilmente.
Eu sou Karina Agnês, e além dos dados estatísticos, adjetivos, documentos e datas, eu sou uma história, sou um motivo, sou uma palavra, sou uma alma, sou uma lua. Sou o meu amor refletido aos olhos do universo.
Nada mais, nada menos. Sou apenas um nome e algumas características.

Vou continuar a escrever, e tentar salvar a mim mesma dos problemas que eu crio. Meu imaginário vai continuar a lutar contra minha realidade, e continuará a perder. Eu vou continuar correndo atrás de alguma coisa, e nunca vou ficar satisfeita. Vou continuar a me importar com que os outros pensam sobre mim, e vou sempre me arrepender disso. Vou continuar a decepcionar pessoas que eu amo, e sorrir para pessoas em que eu não faço a mínima questão. Vou continuar contando segredos à desconhecidos, e me escondendo da verdade. Vou continuar desejando sempre melhorar, mas nunca me arriscando completamente. E principalmente, apesar de tudo que eu tenha passado até aqui, ou do que eu ainda irei passar, eu vou continuar respirando e tocando a vida pra frente.


"Eu vou sofrer por dias e noites de solidão, vou perder os brilhos dos meus olhos. Meu cabelo irá cair. Eu não vou conseguir mais dormir, meus dentes azedarão. Irão brotar varizes nas minhas pernas. Eu vou sentir ânsia de chão."

Filme: Nome Próprio.

Agora, eu dou adeus à quem quer que eu tenha sido um dia.
Embora essa minha atitude seja um pouco tardia.
Brilho esperança, choro perdas, transbordo alegria.
Afinal, amanhã ainda vai ser outro dia.
E em mim ainda mora a fé, a essência e a poesia.

Karina Agnês

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Conjugue-me

Ainda ouço o pulsar do coração. Ainda observo o céu. Ainda creio que tudo pode ser muito melhor.
Mas por favor me explique, quando foi que tudo mudou? Sinto saudade de mim mesma. Sinto vontade de me puxar pelos cabelos, me tirar do passado e me trazer para o presente. Onde está aquela força estranha que me dava luz, em meio à tantas almas cinzentas andando sem rumo por aí?
Agora é meia-noite, tudo é breu, silêncio e solidão. Há uma luz na minha janela, que me arrasta para meu subconsciente e me tira o fôlego. A lua tão linda, tão minha, me traz um preenchimento. Me lembra de como é ser eu mesma.
Me escreva em pontilhadas estrelas, me descreva em desenhadas palavras. Pinte minha saudade, borde minha dor. Lave  minha esperança, sopre meu amor.
Devolva-me, resgate-me, preencha-me, conjugue-me.
Pouse em meus braços e me traga à vida. É tudo o que eu peço.

Karina Agnês

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Flores

Eu quero falar sobre flores.
Esquecer minhas tão sofridas dores.
Me embebedar em desaparecidos amores.
E sonhar sem pudores.

Flores que sorriem quando eu passo. Flores amarelas.
Tão belo seria o acaso, se no meio do meu leve compasso desse cara na minha janela.
E nela? Há uma lua brilhando de tão bela.
E que bom seria ter uma flor azul.
Voaria alto, longe e direto para o sul. Lá um frio de doer a alma.
A nova neve de inverno, faz da minha inquietude mais calma. Do meu viver mais lento. 
E eu sem mais movimento, sem mais opção, caio em um jardim de rosas vermelhas.
Ou seriam brancas antes d'eu cair?  Não, não. São e sempre foram flores velhas e vermelhas.
E que dentro de mim, simplesmente assim, decidem murchar.
O amor de um vermelho tão vívido, começa a murchar e se apagar.
A doce esperança pintada de sol, banhada de ouro continua a sorrir e a brilhar.
E a sufocada liberdade em um azul tão céu, está a sonhar. A voar. A lutar.

Karina Agnês

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Do amor

Do amor eu sei pouco. Sei apenas o necessário.
O amor é como uma lingua estrangeira. Um inglês, um francês, um italiano. Umas poucas palavras sei traduzir, o resto eu só ouço um barulho sem significado algum.
A saudade é um tradutor atrasado. Vive traduzindo sentimentos, que agora já nem vale mais apena entender. Uma torturante rotina de viver se martirizando, por não ter entendido mais cedo.
Maldita saudade. Será que um dia acertará seu relógio? Será que algum dia acertará algo a tempo?

Do amor prefiro não falar. Falo apenas do fútil estereótipo.
Palavras, são nada mais nada menos que palavras. E o amor vai além de palavras.
Mas sei que apenas um simples "Eu Te Amo" pode destruir com uma vida, ou salvar duas.
Usar palavras em nome do amor em vão é perigoso. Não se arrisque... O destino, primo de primeiro grau do amor, pode ser muitas vezes vingativo.

Do amor não me resta nada. Ele simplesmente vem e vai quando quer.
O amor é algo inconstante, imprevisível. Chega na sua casa no pior dia, quando sua pia está cheia de louças, sua cama desarrumada, e há papeis espalhados por todo canto.
E então ele te tira da realidade, e te dá um dia de princesa. Melhor, ele te dá um príncipe! E você fica lá nas alturas, no nobre castelo real...
Até que o amor te dá um beliscão, e você acorda no sofá da sua casa, toda dolorida. E nossa! Esse lugar estava tão bagunçado assim, da última vez que vi?
Há quem diga que isso é cruel. Mas eu acredito que isso seja uma forma de manter a esperança por perto. Já que não há companhia melhor do que a esperança, quando o amor vai embora.

Do amor... Bem, só me resta a saudade e a esperança de ter um destino melhor.

Karina Agnês

terça-feira, 14 de junho de 2011

Palavras salgadas

Não é mais apenas dor. É cansaço.
Cansaço de tentar enxergar aquilo que na verdade não há. Nunca houve, nem haverá. Um futuro melhor, o que eu sempre esperei. Mas apenas uma esperança não basta. Apenas um futuro não adianta.
Me leve para bem longe. Me esvazie de mim mesma. Me corte em pedaços. Me deixe só.
E se restar ao menos um fio de cabelo, um pequeno toque de vida... Jogue no ar. Só assim estarei livre, só assim saberei voar.
Mas se ainda me quiser aqui, me dê ao menos um motivo para ficar, que eu fico. Uma pequena faísca de esperança no fundo da minha alma, um triste e verdadeiro sorriso brotando no meu rosto, ou uma fraca e pequena estrela em um céu nublado. Me dê um motivo para seguir em frente.
Não sei mais o quanto posso aguentar de pé. Por isso seja rápido e justo. Me dê o que mereço, e acabe com essa dor de uma vez por todas. Lhe agradecerei em meio à palavras salgadas de lágrimas.

Karina Agnês

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Seis anos

À seis anos eu fui alertada pela primeira vez, pela minha própria mãe. Deis de cedo, eu sabia que era verdade. Mas também sabia que não iria mudar. Os anos foram passando, outras pessoas foram falando, e meu mundo foi desabando...
Já cheguei ao ponto de tentar seguir o conselho deles, e viver uma vida melhor. Mas com o tempo, acabei me tornando cética e indiferente. E prometi a mim mesma, nunca mais amar.
Hoje vivo num mundo gélido e surreal, tentando encontrar alguém com quem eu sempre possa contar, e que nunca me abandone. O que é impossível, porque ao meu redor há um enorme muro, em que ninguém pode passar, e que também me impede de sair. Esse muro eu construí com minhas próprias forças, em busca de um refúgio para o meu coração. E ele torna-se completamente visível, para quem tiver uma mera curiosidade de olhar. É um muro todo pichado de palavras que escrevo em busca de um ponto de fuga. Um modo de me salvar da solidão.
E através desse muro, eu continuo a sorrir dizendo que: "Sim, está tudo bem." E implorando por dentro, para que alguém me olhasse nos olhos e dissesse: "Não, não está tudo bem."
Aliás, pensando bem... Eu me contentaria com um abraço.
Não pretendo sair daqui tão cedo. Há muito perigo lá fora, e eu ainda não quero me arriscar.
Enquanto isso, continuo a ferir meu próprio coração, e o de quem me quer bem, apenas por não saber amar.
Tudo podia ser tão diferente, se à seis anos eu tivesse realmente escutado minha mãe dizer:
"Pare com isso Karina, você só vai se afastar das pessoas desse jeito. Um dia você vai acabar sozinha, com esse seu egoismo".





Karina Agnês

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Dois fatos

Decidi não correr mais atrás de pessoas.
As pessoas tem suas vontades próprias. Vem e vão quando você menos espera. Não podemos controlar pessoas. Não podemos acreditar em pessoas. Não podemos controlar a vida.
Eis o primeiro fato: Pessoas mudam.
Nunca faça uma pessoa mudar por você, e nem mude por ela. Porque de qualquer forma, isso vai passar. E há uma grande probabilidade de você se arrepender.

Não corro atrás de pessoas, corro atrás de coisas. As coisas sim, eu posso agarrar com a mão (ou com a alma) e dizer: Isso é meu. Eu conquistei. Eu corri atrás.
Mas não se esqueça: Tudo é relativo.
As coisas podem ir embora, tanto quanto as pessoas podem ficar.
Eis o segundo fato: Quem (ou o que) realmente importa, sempre fica.
Confie nos seus sonhos, acredite em você, conquiste as coisas e ame as pessoas.
E que seja eterno enquanto dure.

Karina Agnês

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Mertiolate

Hoje eu entendo porque quando eu ralo o joelho, não choro mais como à 10 anos atrás. Não é porque não dói,  é porque já senti coisas que doem muito mais.
Isso se chama amadurecer.
Dor. Eu sinto tanta dor. Externa, e principalmente interna. Mas eu aguento, tenho que aguentar! Já caí por coisas bem piores, já ralei meu coração, já me afoguei em dor, e no entanto estou aqui, forte e satisfeita com minhas próprias decisões.
É só isso que temos que fazer, fingir que está tudo bem, até tudo realmente estar bem.
Porque a vida mantém um movimento uniforme. Nunca haverá como dar um passo atrás. Veja! Há tantas direções disponíveis! Eu sei que as coisas tem tudo para dar errado, porque elas realmente vão dar errado, mas do jeito mais certo possível.
Agora vou segurar minhas lágrimas, levantar a cabeça, passar mertiolate na ferida, e voltar a brincar de gente grande.

Karina Agnês

Convicção ou negação

Lugares e fases correm, e minhas mãos inquietas se retorcem. Com olhar longe, e a cabeça tombada no travesseiro, tudo é distante, tudo em um instante... A pura busca do querer, se atrofia em nossas próprias cordas vocais sem som, em nossas próprias pernas sem movimento e em nossa própria vida sem história.

Ter e sentir, são coisas distintas. Senti tanto, algo que nem tive. E tenho tanto, algo que nem sinto.
Sentir... Algo tão simples, tão efusivo, tão automático. Um extremo de convicção ou negação.
Então me diga o que é pior: A angústia de um amor inacabado, ou a incerteza de um amor não vivido? Ou diga-me o que é melhor: o perdão perdoado, ou o ato nunca existido?

Hoje eu posso sentir. Hoje eu posso ter.
Me falta apenas o querer.

Karina Agnês

domingo, 1 de maio de 2011

Filme

Um pressentimento: Vai acontecer alguma coisa.
Um sentimento: Medo.

O que eu sinto eu não sei. Tudo me leva a crer que algo irá acontecer.
As coisas tem tomado um caminho melhor do que eu esperava. Tudo tem seguido a diante naturalmente, o que me assusta um pouco. Tudo parece tão distante, como se o que eu vivesse agora, fosse apenas um filme passado rapidamente em minha mente. Não há tempo, não há oportunidade.
Eu sinto, mas não expresso. Eu vejo, mas não enxergo. Eu vivo, mas não reajo.
O meu medo é que as coisas aconteçam, sem eu perceber. Ou melhor, o meu medo é somente que as coisas aconteçam. Não quero avançar, eu quero que as coisas parem por aqui. Porque eu sei que se eu avançar, eu vou perder. De uma forma ou de outra eu vou perder.
Não suporto mais os sentimentos de saudade e medo. Ter saudade do passado, e medo do futuro vá-lá, mas ter saudade e medo do presente é insuportável para mim.
O fato é: Algo irá acontecer de qualquer forma. E eu não quero mais pensar nisso. Deixe que o filme continue a correr pela minha mente depressa, antes que eu me arrependa.

Karina Agnês

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Alecrim

Abrir a janela, e olhar o mundo lá fora. Escuridão, um vento gélido e cheiro de chuva.
Aquele vazio enorme, entre sua vida e você.
Sua vida está ali, parada na janela, cheia de cansaço, observando a escuridão.
E você, está perdido em seu passado.
Tão agoniado... Como se os monstros, que você tanto acreditava quando era criança, estivessem ao seu redor, te sufocando. Mas não são mais os monstros como o bicho papão, são os monstros das mágoas, do arrependimento e das perdas.
De repente, todos esses monstros começam a te dar socos no estômago, e você começa a perder o ar. Olha para os lados, e não há ninguém para te salvar. Há apenas você e os monstros do passado. Você começa a chorar, sem fôlego, esgotado, e sem esperanças. Desmaia.
Quando abre os olhos, vê sua vida ali, parada na janela, olhando para, não mais a escuridão, e sim para um céu azul, com algumas nuvens e um lindo sol. Você, se junta à ela, e admira essa linda manhã. O cheiro de alecrim te faz crer que hoje nada mais importa, que todos aqueles monstros já foram embora, e o agora é o que há. Sua vida se enche de luz, e você se ilumina através dela.

Karina Agnês

terça-feira, 19 de abril de 2011

Não vou me adaptar

Hoje sinto como se a vida que eu sempre levei, fosse de extrema insignificância. Tudo o que sempre fez sentido, agora me dá a sensação de vazio. Talvez a sociedade tenha me convencido de que eu sou apenas mais um ser humano que não vale o que tem. Talvez eu tenha me deixado levar pela maioria. É, talvez.
Sei que eu não sou apenas mais uma, que sou diferente do que todos esperam, e que posso me sobressair. Mas a que custo? Viver mergulhada em solidão e submersa em escuridão? Correr sempre atrás, e nunca me saciar com aquilo que tenho? Não. Pra mim já chega.
A ideia de pertencer a maioria, não me agrada em nada. Mas só me resta esse caminho, já que o outro eu já sei de cor, e ainda assim, não consegui absolutamente nada.
Vou tentar. Vai doer. Vai passar. Mas não vou me adaptar.

Karina Agnês

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Dançar

Sinfonia, sintonia, sincronia...
Sabe aquela sensação de que é a sua vez de brilhar? De que o mundo pode ser muito melhor, porque você é capaz de muda-lo com uma simples atitude? Pois então...
Hoje o universo dança de acordo com a minha música. E eu danço entre as estrelas, de olhos fechados para a dança correr mais lentamente.
Mas porque dançar? Ora... porque a dor já foi embora, e eu já estou de pé. E agora compreendo que foi necessário sair para poder voltar. E eu voltei, livre, leve e límpida.
Então... Vamos dançar?

Karina Agnês

domingo, 3 de abril de 2011

Essência

Agora me vejo obrigada a decidir, entre ficar com a minha essência, ou ser aceita no "mundo real".
Toda essa coisa de decisão, não é muito comigo. Eu sou mais de deixar que as coisas se resolvam por elas mesmas, e depois simplesmente aceitar e conviver com aquilo da melhor forma.
Mas hoje infelizmente, eu tenho que decidir.
Ser eu mesma, ou ser o meu melhor? Ser o que eu sou, ou o que eu gostaria de ser?
Para ser sincera, bem lá no fundo eu já tenho minha decisão tomada, só me resta ter a coragem de assumir, e enfrentar as consequências.
Aiai... como era boa a época, em que eu podia conciliar as duas coisas. Sem escolhas, somente atitudes impulsivas. Mas essa época escorregou pelos meus dedos. Pessoas, lugares, momentos, todos escorregaram. E agora tudo o que me resta são lembranças, o poder da escolha, esperanças e minha própria solidão.


Karina Agnês

quinta-feira, 10 de março de 2011

Palavras

Há pessoas que são definidas, em sentimentos, imagens, palavras ou gestos.
Eu sou definida em palavras.
Ter o prazer, de escreve-las, expressa-las e formar algo a mais que apenas uma frase, é algo que eu não consigo evitar. O mundo está cheio de palavras vazias. Grandes sacos de lixo, que não servem para nada, uma verdadeira sopa de letrinhas gélida.
Eu tento dar vida às palavras. Não só escrevendo, mas principalmente descrevendo. A maioria das palavras flutuam em minha cabeça, algumas saem pela boca, poucas pelos dedos, e várias pelos olhos.
As palavras, são simplesmente sentimentos, imagens e gestos descritos de uma forma complexa. E dentro de mim, elas são o que mais prevalecem e florescem.

Karina Agnês

terça-feira, 8 de março de 2011

Amor prório

Pare de correr atrás da perfeição! Deixe de pensar no que te fará bem ou não.
Deixe se levar mais pela emoção. Razão demais, acaba cegando o coração.
Concentre-se em você e mais ninguém. O mundo é apenas um lugar, e as pessoas são somente seres humanos confusos.
Tente parar só um minuto. Tente somente fechar os olhos e respirar.
Pois para expandir a mente, é necessário abrir o coração e fechar os olhos.
O tudo agora é só um, e só um agora é tudo.
Você é o que há.

Karina Agnês

sexta-feira, 4 de março de 2011

Jardim Imaginário

Olá, que bom que você veio novamente me visitar!
Mas e aí? O que realmente importa?
Desculpe se fui um pouco objetiva, mas passei tempos e tempos refletindo sobre isso, e cheguei a uma resposta essa manhã, enquanto observava as flores e nuvens, nesse jardim imaginário. E agora aguardava apenas você, a única pessoa em que eu poderia confidenciar esse segredo.

A vida. É isso que realmente importa.
Não só a sua vida, nem a vida dos seres humanos em geral...
O universo em si! Tudo conspira em torno da vida. Como por exemplo, uma árvore qualquer, é muito mais que uma vida. Às vezes é uma história, às vezes uma saudade, e às vezes somente uma árvore. Mas ela está ali, lutando por sua sobrevivência.
E você, caro ser vivo? O que és? Resta-me essa dúvida ainda.

A vida é uma grande peça teatral e mortal. Onde você se encaixa no elenco, com suas próprias emoções de ator, representadas em seu personagem mutante. Porém nessa peça generalizada, chamada sociedade, não temos o espaço que merecemos. Somos apenas figurantes, observando e lutando por um papel melhor. E o único lugar, onde temos o total espaço, é aqui, nesse monólogo dentro de nós mesmos.

Eu sei, eu sei. Pode parecer loucura, ou coisa de poeta. Mas é a verdade!
Mas não espalhe esse segredo por aí viu? Isso fica só entre você e eu.
Agora pode ir. Vá, e dê o devido valor à vida, e a todas as outras coisas que realmente importam para você.
Ahh, e não se preocupe, eu estarei sempre aqui, a espera de nosso próximo monólogo nesse jardim imaginário.
Adeus, caro ser vivo.

Karina Agnês

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Verdadeiramente

Egoísta, infantil e exagerada.
Essa sou eu, verdadeiramente.

Lendo meus últimos textos, me senti uma completa idiota.
Quem liga para meus sentimentos? Tenho problemas que vão além da porcaria dos meus sentimentos. Aliás, fui egoísta mais uma vez.

Existem problemas, mil vezes piores que os meus, e que os seus também.
Deveríamos dar mais valor ao que temos, e concertar o que está errado.
Pois é, deveríamos. Mas quem consegue? Aliás, quem tenta? Eu sinceramente não.
Então se é para ser assim, vamos ser sinceros porra! Para que fingir a perfeição?

Não vou mudar, não vou melhorar e não vou ligar.
Essa sou eu, verdadeiramente.

Karina Agnês

Minha bolha estourou

No meio de "quase-estranhos" ou "quase-amigos", eu me perco, e me sinto extremamente vazia. E mesmo passando 4 horas diárias, sentada comigo mesma, vendo o tempo passar, e sonhando com um futuro melhor, eu não me reconheço.
Seria eu mesma? Essa insignificância imensa, sempre fora eu? Que eu sempre fui introvertida e anti-social, isso eu sei. Mas chegar a esse ponto, de eu não saber como agir e reagir, na frente de outras pessoas, já é demais. Essa não sou eu!
Eu vivi muito tempo, dentro da minha bolha. Com as mesmas situações, com as mesmas emoções, com a mesma mentalidade, com as mesmas amizades, com os mesmos valores, com os mesmos amores. E agora, que minha bolha estourou, eu me vejo em lugares estranhos, com pessoas estranhas em situações estranhas. Eu me perdi.
Não consigo me encontrar, e dessa vez, mesmo que alguém queira, ninguém pode me salvar.

Karina Agnês

Primeiros Sinais

Seguir regras. Pensar no futuro. Fazer o que eu não quero.
Bem vindo ao mundo adulto.

Por mais que todos sonhem em ficar para sempre jovens, envelhecemos.
Os primeiros sinais começam a aparecer, mas os ignoramos.
Uma responsabilidade a mais aqui, um cabelinho branco ali. E várias fases da vida foram deixadas para trás, sem uma recompensa decente.
Nos vemos crianças, adolescentes, adultos e velhos. Mas tudo isso valeria mesmo a pena? Todos os nossos esforços seriam em vão?
Passamos a vida inteira correndo atrás de... De que mesmo?

A vida não vale mais a pena. O preço é muito alto, a dor é muito grande. O amor e a felicidade, duram só por um instante.


Karina Agnês

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Asas

Estou cansada de me manter forte para tudo e para todos.
Não aguento mais cair, e mesmo não podendo andar, me levantar sozinha.
Eu, ao contrário de muitos, não preciso de ajuda. Não mesmo.
Mas agora... Agora eu quero ajuda!
Será que ninguém consegue ver minhas feridas? Ora... elas parecem ser tão visíveis para mim! Mas que coisa.

A colisão dos meus pensamentos, me causam um transtorno mais que bipolar. E talvez seja por isso que eu me sinta mais frágil no que uma pequena formiga. Mas haja como uma leoa, capaz de devorar e acabar com qualquer outro animal.
Não quero ser formiga, não quero ser leoa... Eu quero voar! Seja como um pardal, ou como uma águia.

O fato é... Não quero deixar de ser bipolar. Eu quero asas!
Quero algo, ou alguém que queira ser minhas asas, e me ajudem a voar para bem longe daqui.


Karina Agnês

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Recomeço

E o futuro aparece no horizonte, e sentimos seus primeiros raios de sol no rosto. Seu calor suave, e sua luz alaranjada nos traz a sensação de recomeço.
A madrugada já fora enfrentada, com todos os seus anjos e demônios escondidos na escuridão, e agora tudo é luz.
Você sorri e aguarda tudo virar manhã.


Karina Agnês

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Contos, crônicas e histórias: Entrevista com Karina

Contos, crônicas e histórias: Entrevista com Karina: "Um menina como ela mesmo se define, complexa, intensa, bipolar e acrescento uma grande sonhadora. Ela está aí para o que der e vier. 'E é pr..."

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Morrer não dói

Para que serve realmente a vida? Amar. Aprender. Viver. Infelizmente a vida, não é somente alguns verbos. A vida é medo e mistério, a vida é viver muito e morrer aos poucos. A vida é sentir.
A morte é mais simples, mais silenciosa. E ela sim, tem um fundamento, existe apenas para nos poupar de sentir, e carregar nossas almas cansadas no colo. "Não sou violenta. Não sou maldosa. Sou um resultado." (Morte - A Menina que Roubava Livros). A morte é certeza e razão, é calma e fria.
A vida é um presente, a morte é um alívio.
Então não tenha medo da morte, o pior se encontra dentro de você, e floresce agora. E acredite no fato: Viver dói, morrer não.

Karina Agnês