Fria, distante e sombria.
Porque todos a observam? Quem é ela? Está vendo?
Ahh! Ela é uma farsa!
Ela se esconde atrás de muros, para não ser atingida. Foge da batalha. Deserta de sua própria vida. Mesmo assim, se mostra um rio de coragem.
Pobre garota! Chora no canto do quarto escuro, com medo de perder!
Usa uma máscara a cada dia, e a cada hora interpreta um alguém diferente.
Mas quando sai de cena, sua personagem principal, desaparece.
Ela não presta.
Ela fala de ódio, pensando em amor.
Mas retribui uma espada, à uma flor.
Ela não é o que diz. Ela não é o que pensa. Ela não é... ninguém.
Em uma brincadeira de esconde-esconde, ela se escondeu de si mesma. E agora não sabe mais onde se encontrar.
Guarda todos seus segredos, angústias e histórias, no porão da alma.
Mas seus olhos, ainda não ocultam sua tristeza. Seus olhos são um mistério sem fim.
Pessoa obscura de olhos negros.
Garota fria, presa num castelo de areia. Que está desmoronando.
E agora? Para onde correr?
Todos podem ver suas cicatrizes, expostas ao sol.
Expostas ao sol?
Sim, garota sombria. Agora você está exposta ao sol.
Mostre a eles, sua verdadeira face e continue a andar, procurando a si mesma.
Adeus e boa sorte!
Karina Agnês.