sábado, 24 de julho de 2010

Um lugar pra chamar de meu

Meu mundinho particular.
Fechado entre quatro paredes. Decorado em quarenta quadrinhos. Bagunçado todos os dias. Desabitado em dia nenhum.
Meu mundinho é muito mais do que apenas meu quarto.
É meu esconderijo, meu país das maravilhas, minha terra do nunca.
Minha esperança e realização.
Um lugar pra chamar de meu, sem ter uma descrição melhor.

Este lugar, presenciou minhas aflições, alegrias, desamparos, lágrimas, sorrisos, melodias, carências, fases, sonhos, pesadelos, desejos, monólogos, crises, loucuras... Enfim minha bipolaridade toda. E uma parte disso ele adquiriu em sua atmosfera. Emoções pairam pelo ar do meu mundo.

Criei uma fábula, talvez.
Em meu mundo eu sou o pequeno príncipe, e meu gato a pequena rosa, vivendo em um pequeno mundo, recuando a cadeira e vendo cada pôr-do-sol a espera de uma lua melhor. A espera de um mundo melhor, a espera de um motivo melhor.
Mas não importa, cuidarei de meu mundo e de minha rosa até eu me cansar e me jogar no espaço, em uma nova aventura. E quando voltar arrependida de ter partido do meu lugar, serei recebida de braços abertos, com todo o aconchego merecido. E assim brilharei como mais uma pequena estrela deste imenso universo.

Meu mundo faz parte de mim.
Afinal, eu sou também o que construí.

"Eu gosto do meu quarto, do meu desarrumado, ninguém sabe mexer na minha confusão. É o meu ponto de vista, não aceito turistas, meu mundo tá fechado pra visitação" - Dani Carlos

Karina Agnês

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Sem título, sem conteúdo, sem nada.

Não sinto nada.
Há um grande vazio dentro de mim.

O meu coração ainda bombeia meu sangue, mas isso parece em vão.
Não tenho mais razões.
Continuo com meus sonhos e esperanças, mas isso não faz mais sentido. Não há mais um porque de eu realiza-los. Portanto não há mais um porque de eu correr atrás.

Não há mais porque viver.
Estou cansada. Não de corpo, e sim de alma.
Sei que só eu posso mudar.
Mas a questão é: eu quero?

Não me faltam amigos, família, sentimentos...
Me falta uma razão pra continuar a existir.
O ser humano não vai mudar, pessoas passam suas vidas inteiras vendadas. Não tem mais jeito.
O tempo vai continuar a passar, e pessoas vão continuar a morrer em vão.

A vida infelizmente é assim.
Quando crianças, tudo é brincadeira, tudo de mentirinha. Quando adolescente tudo é festa e esperança. Quando adulto só responsabilidades e desilusões. E quando idosos doenças e a dor da vida ter passado.
E tudo se acaba.
Deus nos deu o presente da vida. Mas estamos jogando esse presente no lixo.

Não estou querendo dar uma lição de moral hoje. Mas essa é a verdade.
Então pra que continuar?
Ok, eu posso fazer diferente. Mas e as pessoas ao meu redor?
Vão morrer em seus mundinhos alienados, enquanto eu não posso fazer nada.
Eu não quero sentir isso.
Eu tenho medo.

É isso o que eu sinto. Medo e um vazio enorme.
Agora eu vou deitar na minha cama, e deixar que a rotina me devore, até eu tomar uma decisão. Ou não.

Karina Agnês

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O percurso

As coisas mudaram, e eu nem percebi.

Não tenho mais vergonha de ser chamada de criança, talvez porque eu não me sinta mais uma criança.
Não me vejo como uma adulta. Tenho responsabilidades e afazeres, mas não me vejo madura o bastante. E me falta muita liberdade.
Também não me vejo como uma adolescente, apesar de ter a consciência de que sou uma. Talvez eu esperava um pouco mais da adolescência, ou apenas esperava que fosse diferente.

O tempo sabe exatamente o percurso certo da vida. E nos faz ficar acostumado com mudanças naturais, mudanças que acontecem devagarsinho, mudanças que as vezes nem sentimos.
Mas quando paramos de pensar nas obrigações, no dinheiro, na novela, no twitter, e no que fazer amanhã... E olhamos para trás, nossa mente faz um click, e caímos na real.
O tempo passou, a gente mudou, aquela época feliz (ou não) não vai mais voltar.

E então lembramos das pessoas, dos sonhos, das músicas... E tomamos uma atitude, ou pelo menos pensamos em tomar.
Decidimos que vamos ligar para aquele velho amigo, que vamos enfim realizar tudo o que mais desejávamos e que voltaremos a escutar aquelas musicas que tanto amávamos.
Sim... a partir de amanhã as coisas mudam.

E o amanhã chega, e a nossa rotina continua a mesma, sem ter a coragem de tomar uma atitude.
Pensamos: aah daqui a pouco eu faço.
E os dias vão passando, até a rotina tomar conta, e você esquecer sua identidade, sua história.

Esse é o tempo. Esse é o percurso.

E eu no meio disso tudo, vou vivendo cada dia, sem esquecer do que eu passei pra chegar aqui.
Realmente a rotina e os problemas me sufocam muitas vezes. Mas os sonhos me fazem levantar, e enfrentar.
Não quero uma vida feliz. Quero uma vida intensa, uma vida cheia de altos e baixos. Uma vida bipolar.
O tempo vai continuar a passar, e querendo ou não, de muitas coisas importantes eu vou esquecer.
Não, eu não vou chorar.
Eu sei que as coisas não são fáceis. Talvez nem tudo seja como eu imagino. Mas eu vou lutar até o fim.
O tempo pode me tirar tudo, até mesmo a minha vida. Mas ele não pode apagar minha história.
Eu sinto orgulho do que me tornei, se precisasse faria tudo de novo, até mesmo as coisas em que me arrependo.
Minhas opiniões vão continuar mudando. Minha aparência vai continuar mudando. Meus ideais vão continuar mudando. Meu amor vai continuar mudando. Meu jeito vai continuar mudando Mas eu não.
Eu serei a Karina de sempre. Com as mesmas cicatrizes, com o mesmo olhar, com o mesmo coração, com o mesmo sorriso...

Não tenho certeza de nada.
Apenas que sou uma simples garota brincando de viver.
E pretendo continuar para sempre assim. Até que provem ao contrário.

Karina Agnês