domingo, 18 de dezembro de 2011

Larissa Sayuri

"A tristeza é uma casa em que ninguém pode proteger você. Em que uma amiga vai envelhecer, e a outra não."  - O céu está em todo lugar.


Ela não vai mais procurar uma música pra ouvir no celular. Ela nunca mais vai se arrumar pra ir pra escola. Ela não vai saber o final do livro que estava lendo. Não vai mais brigar com o namorado. Não vai mais passar aquele batom roxo. Não vai mais amarrar o seu all star de florzinhas. 
Ela não vai mais comer o peru no natal. Não vai gritar: "Feliz 2012!". Não vai se formar. O nome dela não vai mais estar na lista do enem. Ela não vai me contar como foi a sua primeira vez.  Ela não vai começar a morar sozinha. Ela não vai casar. E ela não vai decidir o nome dos seus filhos.


Ficam me dizendo: "ela tinha a missão dela na Terra, que já foi cumprida." Mas por que tão cedo? Ela era a pessoa mais pura e verdadeira que eu conhecia. Com o seu jeito quietinho, de viver rindo das minhas piadas idiotas. Seu jeito inteligente, de sempre ser a melhor da classe. Seu jeito meigo, de estar apaixonada. Seu jeito menina, de ser a filha mais bondosa do mundo. Do seu jeito amiga, de estar ao meu lado, contar seus segredos, ouvir os meus, falar bobagem, brincar, rir, chorar... Por que a missão dela tinha que ser tão curta?
Por que Deus leva mais cedo os anjos em Terra?


Eu não quero esquecer a sua voz. Não quero esquecer do seu sorriso. Não quero esquecer do jeito que você encarava o mundo. Me perdoe por não ter sido uma boa amiga, por não ter ido te visitar todas as semanas em que você precisou de mim. Me perdoe por não ter ideia do que estava acontecendo, e por não ter te ajudado a descobrir. Me perdoe amiga, eu queria ter mais tempo pra ter feito te sorrir mais.
Não tenho ideia em como serão meus próximos anos sem você. Mas toda vez que o relógio marcar horários iguais, eu estarei pensando em você. Como agora. 07:07.


Deus enviou um anjo na minha vida. O problema é que ele também o tirou. E isso dói.
Eu nunca vou esquecer a minha japinha. A minha Sayuri. Que no meu coração, vai sempre estar sorrindo.
Eu te amo pra sempre Lari.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

M - Parte 1

  - Desculpa... Eu só estou cansada. Mas pode apostar que uma hora isso passa. Do nada as desculpas irão evaporar feito água do mar, e aí só vai restar o sal. Enquanto isso me deixa sozinha, eu sei muito bem me virar com os meus problemas emocionais. Querendo ou não já estou crescidinha o bastante para aguentar as consequências dos meus problemas. E não me olha assim porra! Eu não vou voltar a fumar, e nem vou tentar suicídio ou coisa assim. Confia em mim... Eu vou tentar ser uma pessoa melhor, juro. Mas eu preciso de um tempo cara, preciso descansar as pernas, comer muita porcaria, e passar alguns dias sem ver a luz do sol. Quando for seguro, eu volto. Porque nesse instante eu me sinto um saco de batatas, capaz de cair com apenas um chute. Agora, vai embora. Mas não me deixe, nunca pense que minha intenção é te afastar, não... A intenção é me afastar de mim mesma. De um alguém que não existe... Você não vai dizer nada? Vai ficar aí parado me julgando com essa sua cara irônica? Fala alguma coisa!


- Olha, eu só tenho uma coisa para te falar: As pessoas não são seus fantoches, elas sentem, e vem e vão quando querem. Você não pode controlar tudo Mônica. Você não pode fazer a merda, e depois pedir desculpa e dizer que quer ficar sozinha. Você não é a vítima. E espero que você entenda isso antes de perder quem ainda te ama. Porque no seu teatro eu não caio mais.