segunda-feira, 25 de abril de 2011

Alecrim

Abrir a janela, e olhar o mundo lá fora. Escuridão, um vento gélido e cheiro de chuva.
Aquele vazio enorme, entre sua vida e você.
Sua vida está ali, parada na janela, cheia de cansaço, observando a escuridão.
E você, está perdido em seu passado.
Tão agoniado... Como se os monstros, que você tanto acreditava quando era criança, estivessem ao seu redor, te sufocando. Mas não são mais os monstros como o bicho papão, são os monstros das mágoas, do arrependimento e das perdas.
De repente, todos esses monstros começam a te dar socos no estômago, e você começa a perder o ar. Olha para os lados, e não há ninguém para te salvar. Há apenas você e os monstros do passado. Você começa a chorar, sem fôlego, esgotado, e sem esperanças. Desmaia.
Quando abre os olhos, vê sua vida ali, parada na janela, olhando para, não mais a escuridão, e sim para um céu azul, com algumas nuvens e um lindo sol. Você, se junta à ela, e admira essa linda manhã. O cheiro de alecrim te faz crer que hoje nada mais importa, que todos aqueles monstros já foram embora, e o agora é o que há. Sua vida se enche de luz, e você se ilumina através dela.

Karina Agnês

terça-feira, 19 de abril de 2011

Não vou me adaptar

Hoje sinto como se a vida que eu sempre levei, fosse de extrema insignificância. Tudo o que sempre fez sentido, agora me dá a sensação de vazio. Talvez a sociedade tenha me convencido de que eu sou apenas mais um ser humano que não vale o que tem. Talvez eu tenha me deixado levar pela maioria. É, talvez.
Sei que eu não sou apenas mais uma, que sou diferente do que todos esperam, e que posso me sobressair. Mas a que custo? Viver mergulhada em solidão e submersa em escuridão? Correr sempre atrás, e nunca me saciar com aquilo que tenho? Não. Pra mim já chega.
A ideia de pertencer a maioria, não me agrada em nada. Mas só me resta esse caminho, já que o outro eu já sei de cor, e ainda assim, não consegui absolutamente nada.
Vou tentar. Vai doer. Vai passar. Mas não vou me adaptar.

Karina Agnês

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Dançar

Sinfonia, sintonia, sincronia...
Sabe aquela sensação de que é a sua vez de brilhar? De que o mundo pode ser muito melhor, porque você é capaz de muda-lo com uma simples atitude? Pois então...
Hoje o universo dança de acordo com a minha música. E eu danço entre as estrelas, de olhos fechados para a dança correr mais lentamente.
Mas porque dançar? Ora... porque a dor já foi embora, e eu já estou de pé. E agora compreendo que foi necessário sair para poder voltar. E eu voltei, livre, leve e límpida.
Então... Vamos dançar?

Karina Agnês

domingo, 3 de abril de 2011

Essência

Agora me vejo obrigada a decidir, entre ficar com a minha essência, ou ser aceita no "mundo real".
Toda essa coisa de decisão, não é muito comigo. Eu sou mais de deixar que as coisas se resolvam por elas mesmas, e depois simplesmente aceitar e conviver com aquilo da melhor forma.
Mas hoje infelizmente, eu tenho que decidir.
Ser eu mesma, ou ser o meu melhor? Ser o que eu sou, ou o que eu gostaria de ser?
Para ser sincera, bem lá no fundo eu já tenho minha decisão tomada, só me resta ter a coragem de assumir, e enfrentar as consequências.
Aiai... como era boa a época, em que eu podia conciliar as duas coisas. Sem escolhas, somente atitudes impulsivas. Mas essa época escorregou pelos meus dedos. Pessoas, lugares, momentos, todos escorregaram. E agora tudo o que me resta são lembranças, o poder da escolha, esperanças e minha própria solidão.


Karina Agnês