quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Palavras gritantes

Desculpe. Sou fraca. Estou aqui de novo.
Precisava de colo.

Não sei se vou aguentar tamanha dor...
É uma solidão desesperadora, mesclada com uma sensação horrível de impotência.
Eu me sinto perdida.
Mas perdida em mim mesma.
Para onde foram meus valores? Meu amores? Minhas antigas dores?
Não sinto mais minha alma aqui dentro. É somente um monte de ossos chacoalhando por aí.
Todos ouvem meus gritos e preces, mas ninguém consegue me entender. Como se eu falasse em um idioma particular, e nada mais fizesse sentido nesse universo paralelo.
Cansei da pressão.
Cansei do sorriso bajulador.
Cansei de acordar toda manhã nesse pesadelo.

Descobri que sem amor eu não existiria. Sem os poucos gatos pingados que me carregam no coração, eu já teria evaporado feito água.
Falta, saudade, nostalgia são palavras de fraco impacto comparado ao que se passa aqui dentro.

As palavras não são nada. Todas elas foram escritas para serem apagas e esquecidas.
Então onde está o sentido de tudo isso?
Para que tanta miséria?

Nada mais emociona. Não há mais nem uma linha que me prenda à sanidade.
Dor demais entorpece, emburrece, enlouquece.
E não sobra mais nada além de uma distração barata, uma mentalidade chula de fala corriqueira.

Nunca serei suficiente à nada, muito menos à sua piedade...
Mas eu te imploro:
Me deseje forças e me dê um beijo de boa noite.
É tudo o que preciso para continuar a rastejar por aí feito zumbí.

(Ps: Como essas palavras são barulhentas demais e fazem sentido de menos, para entrarem no cantinho silencioso da Palavra Muda, o bom filho bipolar à casa torna.)