Uma colher de chá de felicidade, uma chícara de amargura, e uma pitada doce de dor. Misture tudo em seus sonhos, e coloque para congelar em suas confusões. Adicione a calda quente de amor, e coloque drama à gosto. Porção para uma só pessoa, dividida em várias personalidades.
domingo, 20 de novembro de 2011
A vida não é justa
O céu estava cinza e ventava. Ainda não eram nem 7 horas da manhã de um domingo frio, e lá estava eu, descendo as escadas com um saquinho de super mercado na mão. Sozinha. Tudo vazio. Só os prédios, as árvores, a grama, as escadas e a terra. A terra. Era exatamente isso em que eu estava a procura. Desço até uma parte mais reservada, e procuro um lugar que seja fácil de cavar. Olho para trás pra ver se não havia sido seguida, mas não, atrás de mim só havia o mundo acordando lentamente. Agacho, tiro a colher de alumínio da sacolinha, e começo a cavar. Uma terra avermelhada, com um cheiro que misturava mato e maconha. Cavo, cavo, cavo, até começar a ver algumas formigas. Paro. Chegou a hora. Na cabeça apenas um pensamento: "A vida não é justa". Tiro da sacolinha algo embrulhado em uma blusa minha que é linda, mas eu sempre achei que fica feia em mim, e que por algum motivo, no dia anterior eu decidi usar pela primeira vez. Aperto contra o peito e me despeço daquilo que estava embrulhado. Coloco no pequeno buraco que eu fiz, e começo a jogar terra em cima. Eu não podia simplesmente deixar ali, como se houvesse nada em baixo. Então pego dois pedacinhos de grama, e com isso faço uma cruz. Dor, agonia e lágrimas que teimavam em querer brotar no meu olho. Me levanto, e saio correndo sem olhar pra trás, sabendo que ali debaixo daquela terra avermelhada, continha uma quantia imensa do meu mais puro amor.
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